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Tiago Abravanel brilha em “Drácula – Um Terror de Comédia”: a peça que vai sugar suas lágrimas… de tanto rir!

  • Foto do escritor: Rota Cultural e Festival
    Rota Cultural e Festival
  • 17 de ago.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 17 de ago.

“Drácula: Um Terror de Comédia”, em cartaz no Teatro Bravos, mostra como um clássico sombrio pode se reinventar e ganhar fôlego novo através do humor. A produção brasileira, dirigida por Ricardo Grasson e Heitor Garcia e traduzida por Bruno Narchi, transforma a história do vampiro mais famoso do mundo em um espetáculo leve, ágil e surpreendentemente inteligente, que equilibra sátira, música e um timing cômico de altíssimo nível.

Drácula - Um Terror de comédia

Logo na primeira cena, o público já entende a proposta: aqui, o medo dá lugar à gargalhada. O texto, originalmente de Gordon Greenberg e Steven Rosen, ganha adaptação nacional com piadas afiadas, referências pop e um ritmo que conversa diretamente com o espectador brasileiro. Esse frescor é potencializado pela direção, que conduz a narrativa como uma grande brincadeira teatral, e o resultado é que a plateia embarca de imediato na diversão.


Assista com exclusividade um trecho ode abertura da peça, com a chegada ao castelo do Drácula:

No centro da trama está Tiago Abravanel, em uma das performances mais divertidas de sua carreira. Seu Drácula é carismático, debochado e totalmente fora dos moldes tradicionais. Ao invés de se apoiar no estereótipo sombrio do vampiro, Tiago cria um personagem cheio de ironia e presença cênica. Ele interage com o público, explora o improviso com naturalidade e domina o palco com uma energia que contagia. É impossível não rir com cada gesto exagerado, cada olhar atravessado e cada intervenção cômica que ele entrega. Mas o brilho do espetáculo não se sustenta apenas no protagonista. O elenco de apoio é o que dá corpo e ritmo à comédia, funcionando como um verdadeiro motor de transformação em cena. Bruna Guerin transita entre Lucy, Kitty e Motorista com delicadeza e versatilidade, equilibrando humor físico e sensibilidade cênica. Lindsay Paulino impressiona como Mina e Van Helsing, explorando contrastes de forma hilária: em um momento é a mocinha apaixonada, no outro um caçador destemido e atrapalhado. Ludmillah Anjos mostra potência vocal e presença magnética em cada transformação, especialmente como Reinfield, onde encontra espaço para criar momentos cômicos de pura originalidade.


Jefferson Schroeder talvez seja um dos grandes destaques da noite. Com um domínio absoluto do tempo de comédia, ele alterna entre Jonathan Harker e outros personagens com uma agilidade impressionante. Seu trabalho vocal e corporal dá a sensação de que vários atores estão em cena ao mesmo tempo, e isso arranca risadas até nos momentos mais improváveis. Bernardo Berro, que também assume o papel de Drácula em algumas apresentações, reafirma a força do elenco, trazendo uma interpretação tão criativa quanto consistente.


A construção visual do espetáculo é outro ponto alto. A cenografia de Chris Aizner brinca com os clichês do terror, criando ambientes que oscilam entre o sombrio e o caricatural. Os figurinos de Bruno Oliveira abraçam o exagero, reforçando a estética camp que sustenta a proposta cômica. A iluminação de Cesar Pivetti e os truques de ilusionismo de Maicon Clenk completam a experiência com dinamismo, transformando o palco em um verdadeiro parque de diversões do absurdo.


A música, sob a batuta de Gui Leal, costura a narrativa com inteligência, ora servindo de apoio para as piadas, ora assumindo o protagonismo em números musicais cheios de energia. Já a direção de movimento de Alonso Barros garante que cada troca de personagem, cada deslocamento e até os exageros físicos do humor tenham uma fluidez precisa, sem jamais deixar a cena cair.


O grande mérito de “Drácula: Um Terror de Comédia” está em equilibrar a paródia com respeito ao gênero. O espetáculo não se limita a zombar do terror clássico, mas sim celebrá-lo em sua essência, usando justamente os clichês para transformá-los em combustível cômico. O público reconhece as referências, se identifica com as piadas e sai do teatro com a sensação de ter participado de uma grande festa.


No fim, o espetáculo é mais do que apenas engraçado. É uma aula de versatilidade, ritmo e entrega cênica. É impossível sair do Teatro Bravos sem rir de si mesmo, dos personagens e até da própria história de Drácula. O público não tem medo de gargalhar e, nesse caso, o único sangue derramado é o das lágrimas de tanto rir.


Ficha Técnica

Tradução e adaptação: Bruno Narchi

Direção: Ricardo Grasson e Heitor Garcia

Diretor residente: Matheus Ribeiro

Cenografia: Chris Aizner

Figurinos: Bruno OliveiraI

luminação: Cesar Pivetti

Direção de movimento: Alonso BarrosI

lusionismo: Maicon Clenk

Direção musical: Gui Leal


Elenco

Tiago Abravanel

Bruna Guerin

Lindsay Paulino

Ludmillah Anjos

Jefferson Schroeder

Bernardo Berro


Serviço

“Drácula: Um Terror de Comédia”Teatro Bravos – São Paulo

Temporada: até 31 de agosto de 2025

Sessões: sextas às 20h, sábados às 17h e 20h, domingos às 17h

Ingressos: disponíveis na Sympla


Garanta seu ingresso e "morra" de rir:




Por: Nicolas Veras - 17/08/2025

Rota Cultural e Festival

1 comentário

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Arnaldo Silva
17 de ago.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

A melhor parte, é o herdeiro da Jequiti

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