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Quando a vida sai do roteiro, nasce o espetáculo: Aqui Jazz é um musical vivo, sensorial e inesquecível

  • Foto do escritor: Rota Cultural e Festival
    Rota Cultural e Festival
  • 4 de ago.
  • 3 min de leitura

Improviso, emoção e whisky no foyer: o musical que vai te surpreender do começo ao fim.

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Algumas peças fazem rir. Outras tocam fundo. Mas é raro encontrar um espetáculo que consiga equilibrar tantos sentimentos enquanto brinca com o acaso de forma tão orgânica. É exatamente isso que Aqui Jazz entrega. Com estreia marcada para 2 de agosto no Teatro Itália, o musical não apenas acontece no palco, ele pulsa no ar, envolve o público desde o primeiro acorde e segue reverberando mesmo após os aplausos finais.


No centro da história está Jazzinho, um homem como tantos outros. Ele cresceu cercado de expectativas, mas carrega dentro de si dúvidas, frustrações e uma busca silenciosa por sentido. Em vez de seguir fórmulas dramáticas previsíveis, a peça opta por um caminho mais verdadeiro. Música ao vivo, memórias embaralhadas e momentos de leveza se entrelaçam para criar uma jornada emocionante, íntima e imprevisível.


Logo na chegada, o público já percebe que está diante de algo diferente. O saguão do teatro se transforma em um pequeno refúgio musical. Instrumentistas recebem os convidados com clássicos de Ella Fitzgerald e Louis Armstrong tocados ali, no improviso. Enquanto isso, um bar temporário serve whisky e bourbon a preços camaradas. De vez em quando, até rola um brinde oferecido pela casa. A experiência começa antes mesmo da cortina se abrir e já coloca todo mundo no clima certo.


O improviso não é só um detalhe da ambientação. Ele é o próprio coração da montagem. Nenhuma apresentação será igual à anterior. O texto se molda ao momento, à energia da plateia, à troca entre atores e músicos. A sensação é a de estar assistindo a uma jam session encenada, onde a espontaneidade é a grande estrela.


Felipe Hintze dá vida a Jazzinho com entrega e sensibilidade. Seu personagem nos confronta com perguntas simples e profundas. O que vale mais: deixar uma marca grandiosa ou viver de forma honesta com quem somos? Camilla Camargo interpreta Marina, mãe do protagonista, e impressiona com presença de palco e potência vocal. Em músicas como Bang Bang e Maybe This Time, ela mostra domínio e entrega emocional.


Nando Pradho também brilha ao interpretar diferentes figuras que habitam a memória de Jazzinho. Sua atuação traz peso e profundidade, costurando o passado e o presente do personagem com delicadeza.


Na parte musical, Marcus Veríssimo assume a direção e também integra o elenco. A liberdade criativa se percebe em cada arranjo, em cada pausa, em cada olhar entre músicos e atores. Tudo soa genuíno. Tudo parece acontecer pela primeira vez, mesmo que não seja.


Com texto e direção de Giovani Tozi, Aqui Jazz abandona qualquer padrão de teatro musical que você conheça. Nada de espetáculos engessados. Aqui, a regra é ouvir o momento e responder com arte. O resultado é um trabalho vivo, autoral e surpreendente.


Temas como abandono afetivo, bullying e pressão familiar surgem com naturalidade no meio das cenas. Nenhum deles é tratado com peso excessivo. Pelo contrário, são conduzidos com leveza e afeto, o que torna tudo ainda mais verdadeiro.


No fim, fica a sensação de que a vida não precisa mesmo seguir um roteiro. E talvez seja exatamente por isso que ela seja tão bonita. Assim como o jazz, ela flui melhor quando aceita o improviso. Garanta seu ingresso:



Por: Nicolas Veras - 04/08/2025 Rota Cultural e Festival

1 comentário

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Fernando Nascimento
05 de ago.
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Maravilhosooooooooo!

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